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    O RESTAURANTE FECHOU EM 2021

    Desde que me mudei para Lisboa, em 2013, ainda não tinha sentido vontade de visitar churrascarias e outros restaurantes de comida brasileira. A “culpa” disso tudo, certamente, está no prazer e na curiosidade que tenho em experimentar novos sabores. Como a gastronomia portuguesa é muito variada e inesgotável, confesso: ainda não tinha tido tempo de conhecer as opções brasileiras daqui.

    Porém – tinha que haver um porém :D – a cearense Juliana Magalhães fez com que eu mudasse de ideia ao nos convidar para conhecer seu restaurante, o Aromas e Temperos. Ela é chef de cozinha aqui em Lisboa e abriu esse espaço no primeiro semestre de 2015 com a proposta de unir temperos de Portugal com os aromas da culinária do Brasil.

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    A chef de cozinha brasileira Juliana Magalhães

    Nós adoramos o conceito do restaurante e, agora sim, eu tinha um ótimo motivo para voltar a sentir o gostinho da comida brasileira em terras lisboetas!

    O Aromas e Temperos fica em uma rua bem tranquila, no bairro de Arroios, onde antes era uma tasca (como são chamados os pequenos restaurantes típicos). O salão, com apenas sete mesas, é bem clean e traz um ar de aconchego – ambiente ideal para casais, famílias ou para um pequeno grupo de amigos.

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    O que é servido no Aromas e Temperos?

    Fizemos a reserva para um dia de semana e, ao chegarmos para o jantar, às 20h30, fomos recebidos pela sorridente Larissa – também brasileira.

    As boas-vindas foram feitas com o couvert em nossa mesa: uma cesta de palitinhos de queijo crocantes, mini pães de queijo (feitos com Queijo da Ilha – açoriano), placas de polvilho, além de uma manteiga temperada para acompanhar. Esse era só o início de uma noite cheia de crocância e de memórias.

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    Couvert caprichado com Guaraná e cerveja artesanal portuguesa

    Para acompanhar o couvert, as entradas e o prato principal, a Pri pediu um “clássico” Guaraná Antárctica (não é difícil encontrá-lo nos supermercados aqui de Portugal, mas pedir em um restaurante sempre tem um sabor especial) e eu preferi experimentar uma cerveja artesanal portuguesa, a Red Zeppelin Ale, da marca Musa – que caiu muito bem com as escolhas do menu. Aprovada!

    Não demorou muito e a chef Juliana veio até a nossa mesa para apresentar os sabores servidos na sua “casa”. Fiquei com água na boca só de ouvir ela explicar cada uma das receitas. A proposta do restaurante é que as pessoas partilhem as refeições, seja entre o casal, os amigos ou a família.

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    Cuidado e delicadeza em cada um dos detalhes

    Como a Pri tem algumas restrições alimentares, ela não poderia me acompanhar em todos os pratos. Assim, a Juliana gentilmente serviu a ela uma salada de folhas, tomate, cebola e amêndoas (uma “explosão de sabores”, nas palavras da Pri), enquanto, para mim, vieram as porções um pouco menores do que o habitual, com exceção do prato principal, visto que não partilharíamos tudo.

    Primeiro provamos o Crocante da Ilha – que são cubinhos fritos de tapioca com Queijo da Ilha – acompanhados de geléia de pera Rocha (aquela que chamamos de “pera portuguesa” no Brasil) com suco de clementinas e malaguetas. Posso já dizer que essa foi a nossa porção favorita. Uma combinação criativa, saborosa e leve, mesmo tendo como ingrediente um queijo mais forte.

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    Crocante da Ilha (com uma textura que nos fez lembrar o Provolone à Milanesa)

    Depois chegaram os tão aguardados pastéis (brasileiros rs.) de bacalhau. Na minha opinião, mais uma união perfeita entre Brasil e Portugal assinada pela Juliana. Afinal, quem pede essa entrada é presenteado com uma massa de borda crocante e recheio de bacalhau refogado no azeite de dendê, leite de coco, pimentões coloridos e azeitona preta. E eu fui um deles!

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    Os pastéis (brasileiros) de bacalhau com assinatura da Juliana Magalhães

    Adianto que aquele cliché “também se come com os olhos” se aplica ao Aromas e Temperos. O cuidado com a apresentação – desde a escolha das louças e dos pratos que combinam com as cores e texturas dos alimentos, além do capricho no empratamento, chamam a atenção.

    Nessa altura do jantar ainda me restava metade da cerveja. Ótimo! Sabe por que? O próximo prato foi o Bolinho de Feiju – feito com feijão preto e recheado com couve galega, bacon e chouriço, empanado em broa de milho e cama de couve crocante, acompanhado de um molho de malaguetas.

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    O Bolinho de Feiju me levou diretamente para os domingos em família, no Brasil

    A primeira mordida me transportou para um domingo com a família, em que a minha avó preparava uma bela feijoada (ela ainda prepara mas, agora, aqui de longe, só consigo acompanhar por fotos :( ).

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    Mas ainda faltava saborear o famoso escondinho de carne seca desfiada refogada em manteiga da terra e batata doce, um dos pratos que a chef mais se orgulha do menu. A combinação do adocicado da batata roxa, da cobertura de queijo e a singularidade da carne seca, que a própria Juliana prepara, faz jus a fama. A quantidade que vem no mini tacho é ideal para duas pessoas que já tenham compartilhado uma ou duas entradas, por exemplo.

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    O famoso escondinho de carne seca

    Finalizamos com uma mousse de chocolate com caramelo de whisky e biscoito. Balanceada, macia e sem excesso de doce.

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    Mousse de chocolate com biscoito

    Um restaurante para matar as saudades do Brasil, mas sem esquecer que estamos em Portugal :)

    Serviço
    Aromas e Temperos – FECHADO
    Endereço: Travessa Rebelo da Silva, 2 – Lisboa
    Contato: (+351) 213 620 119
    Horário: segunda a sábado, das 12h às 14h30 e das 19h30 às 23h30 – fecha domingo
    Preço: média de 16€ por pessoa
    Facebook: www.facebook.com/AromasTemperos

    Apesar desse jantar ter sido um convite da chef de cozinha Juliana Magalhães, expressamos aqui a nossa opinião pessoal, sem qualquer interferência editorial. Somente aceitamos fazer a visita e escrever sobre o restaurante, pois além do local ser bastante respeitado e elogiado por portugueses, brasileiros e estrangeiros, fomos surpreendidos pela delicadeza e preparo da comida como um todo.

    Sou jornalista, luso-brasileiro, tenho 40 anos e gosto de apreciar a gastronomia portuguesa. Lisboa me trouxe um time de futebol do coração, o Sporting, mesmo tendo o tênis como o meu principal esporte. Troco fácil os transportes públicos por uma longa caminhada. Na minha playlist de música portuguesa não falta David Fonseca, Moonspell e Tiago Bettencourt.

    10 Comentários

    1. Deu água na boca, embora estejamos no. Brasil esses tipo de culinária não é comum no estado de São Paulo , principalmente com essa apresentação.
      Muito boa a matéria!!!!

      • Olá, Carmen

        Fico feliz que tenha gostado da matéria.
        A apresentação dos pratos faz toda a diferença! Sem contar o sabor :) É de dar água na boca mesmo.

        Um grande abraço!

    2. Elizabeth Dias Finizola em

      Pelo que li e fotos maravilhosas de pratos servidos está o restaurante de parabéns. Excelentes combinações , visual perfeito. Apareceremos numa nova ida a Lisboa. Muito sucesso!!!

      • Olá, Elizabeth
        Tudo bom?

        Obrigado pelo carinho!
        Fico feliz que tenha gostado do artigo e das fotos. Você vai gostar bastante quando provar essas combinações na sua próxima viagem a Lisboa :)

        Um grande abraço!

    3. Elizabeth Sorrentino em

      Nossa Rafael tudo parece uma delícia sabe Rafael, meus avós maternos eram portugueses e meu sonho é conhecer Portugal ando pesquizando tudo sobre Portugal e, também a culinária e sei que a culinária portuguesa se parece bastante com a brasileira. Parabéns pelo artigo e, muita prosperidade para você aí em Portugal um grande abraço.

      • Olá, Elizabeth
        Tudo bem?
        Gostei muito da sua mensagem! :) Não desista do seu sonho. Você vai realizá-lo e será inesquecível, principalmente por ter a oportunidade de ver as paisagens e provar a gastronomia do país dos seus avós.
        Obrigado pelo carinho e um grande abraço!

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