Seu guia de viagem em Portugal | 14 anos no ar

    Basicamente, a minha família inteira é composta de portugueses. Sempre convivemos com a cultura lusitana, desde as minhas mais remotas lembranças da infância.leandro_tatuagem

    Meus avós paternos são portugueses e a grande maioria dos meus tios e tias também. Todos os meus primos, de certa forma, carregam este orgulho em suas raízes. Desde os almoços em família – sempre servidos de muito bacalhau e vinho português – até os símbolos que remetem a terrinha, como azulejos, pratos, tapetes, móveis e, claro, o catolicismo. Algumas das tias mais velhas ainda carregam o sotaque tão característico quando contam suas histórias.

    São duas as regiões de Portugal a qual originaram a minha família: minha avó é natural de uma pequena freguesia chamada Vila Mendo, no Distrito da Guarda. Já meu falecido avô é de uma das mais características regiões de Portugal, Barcelos.

    Aos 10 anos, tive a oportunidade de conhecer um pouco desta terra. Visitamos Gilmonde, que é uma pequena província do distrito de Barcelos, e parecia que havíamos voltado no tempo: uma região pacata onde as casas eram rodeadas de videiras e era possível conhecer outros locais apenas com uma bicicleta. Meia hora de pedaladas, em meio as plantações, já era suficiente para chegar em outra província. Pude também conhecer alguns primos e tios que não imigraram para o Brasil.

    Visitamos, também, as cidades do Porto e Lisboa – lugares com uma característica mais urbana, porém, sem perder o charme do país.

    A saudade é grande e gostaria de, em breve, visitar Portugal novamente!

    A ideia da tatuagem do Galo de Barcelos começou meio tímida. Eu já estava com vontade de fazer outra tatuagem, mas não tinha nada em mente no momento, que realmente significasse algo para mim ou que valesse a pena marcar para sempre.

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    Como eu disse, os símbolos portugueses sempre estiveram presentes em minha casa e o Galo era um destes. No ano passado, dei entrada nos papéis para tirar a minha nacionalidade portuguesa e a do meu pai. Tive que fazer algumas pesquisas em relação aos meus avós para entrar com a documentação necessária e comecei a me aprofundar sobre as regiões de onde eles nasceram. Foi ai que descobri que meu avô era da região de Barcelos, lugar de origem do Galo e de sua história. Mesmo meu avó tendo falecido antes de eu nascer, sempre tive uma ligação muito forte com sua história e pela sua relação de muita amizade e companheirismo com meu pai.

    Enquanto o passaporte não ficava pronto, fui amadurecendo a ideia e procurando referências que pudessem me agradar para, enfim, fazer a tatuagem do Galo de Barcelos. A pesquisa foi bacana. Eu ficava aplicando o desenho nas possíveis partes do corpo que gostaria de fazer a tattoo e, com a nacionalidade em mãos, não tive mais dúvida.

    Adorei a nova tattoo. Minha família e meus amigos também. É um desenho diferente. Nas minhas pesquisas, só achei três pessoas com o Galo de Barcelos tatuado. O mérito para a tatuadora Akemi, do Estúdio Led’s, que criou o desenho na hora, fazendo detalhes personalizados para mim. O resultado final ficou super vivo e chamativo.

    Hoje é até engraçado… Meus amigos sempre souberam que eu vinha de família portuguesa e sempre levantei a bandeira. Depois da nacionalidade e da tatuagem, eles falam que, agora sim, eu sou um português legítimo.”

    Leandro Barros

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    Sou jornalista especializada em cultura e tenho 41 anos. Lisboa é o meu lugar no mundo. Os meus pais são portugueses imigrados no Brasil. Depois de fazer o caminho inverso deles, me tornado também imigrante, assumi como missão do Cultuga diminuir a distância que separa o Brasil de Portugal.

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