Seu guia de viagem em Portugal | 14 anos no ar

    Hoje é terça-feira, dia da nossa Série Luso-Brasileiros, que reúne depoimentos de leitores aqui no Cultuga. Desta vez, compartilhamos a história das irmãs Rita Maria Fernandes Diz Bueno e Filomena de Fátima Fernandes Diz, que têm raízes nas regiões de Bragança e Viseu.

    Para abrir esse post, escolhi uma das fotos mais bonitas que recebemos durante essa série, que marca a primeira viagem que a Rita e a Filó fizeram com os seus pais a Portugal, após a imigração ao Brasil, com o retorno a terra, em 1962. Nela, vejo um pouquinho de cada família que já passou aqui pelo Cultuga. Um documento que guarda muita emoção.

    Durante a conversa que tive diretamente com a Rita, ela me contou que seu pai é do Parâmio, “uma pequeníssima aldeia próximo a Bragança, em Trás-os-Montes!”, indicou. Já a mãe é de Sezures, junto a Serra de Estrela, distrito de Viseu, na Beira Alta.

    Seus pais imigraram para o Brasil na década de 1950 e se instalaram em São Paulo. A primeira vez que foram juntos a Portugal, após a mudança, foi em 1962 (e se refere a foto de abre desse artigo), quando a Rita e a Filó tinham apenas 5 e 1 anos. Essa foi uma viagem longa, que durou 6 meses.

    Visão do cais do porto a partir do convés do navio, em 1962
    Visão do cais do porto a partir do convés do navio, em 1962

    Quando perguntei sobre suas memórias de infância, a Rita comentou:

    “Durante toda a nossa vida convivemos com as tradições e a cultura portuguesa. Nossos pais tinham muito orgulho de suas origens. Saíamos que as aldeias eram predominantemente agrícolas e que toda a família trabalhava no campo”

    Do lado esquerdo, na Serra da Estrela, a caminho da aldeia materna em Sezures, 1972. Do lado direito, à sombra da cerejeira na casa da família paterna, em Parâmio, Trás-os-Montes
    Do lado esquerdo, na Serra da Estrela, a caminho da aldeia materna em Sezures, 1972. Do lado direito, à sombra da cerejeira na casa da família paterna, em Parâmio, Trás-os-Montes

    Após essa primeira viagem, as irmãs ainda retornaram as aldeias da família em 1972 e 1990.

    “A cada vez, a emoção se repetiu. Pensávamos como teria sido o dia-a-dia de nossos antepassados. E o que nos surpreendeu foram as construções de pedra, a rusticidade.”

    Os pais delas, Graça e Germano, em Bragança, 1972
    Os pais delas, Graça e Germano, em Bragança, 1972

    Nas oportunidades que ambas tiveram de visitar a terra família, notaram também as comidas e os objetos de decoração que muito se assemelhavam com aqueles que tinham em casa, no Brasil.

    “Passados tantos anos da imigração de nossos pais, ainda sentimos uma profunda ligação de afeto e consideração por essas aldeias e nos orgulhamos de nossas origens!”

    Rita e Filó no Jardim do Império, junto ao Mosteiro dos Jerónimos, em Belém
    Rita e Filó no Jardim do Império, junto ao Mosteiro dos Jerónimos, em Belém

     

    Rita e Filó, obrigada pelo carinho e pelo envio dessas imagens tão bonitas :)

    Sou jornalista especializada em cultura e tenho 41 anos. Lisboa é o meu lugar no mundo. Os meus pais são portugueses imigrados no Brasil. Depois de fazer o caminho inverso deles, me tornado também imigrante, assumi como missão do Cultuga diminuir a distância que separa o Brasil de Portugal.

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