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    Carlos do Carmo foi o primeiro artista português a receber um Grammy. Tamanho feito se deve ao trabalho que desenvolveu ao longo de 50 anos, sobretudo no Fado.

    A categoria em que foi premiado chama-se “Lifetime Achievement” e é direcionada para o conjunto total da obra de um artista, não somente ao sucesso de uma música ou álbum.

    Dessa forma, Carlos do Carmo se iguala a outros nomes mundiais como Tom Jobim, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Elvis Presley, Miles Davis, Bob Dylan, Billie Holiday, James Brown, David Bowie, Leonard Cohen e Johnny Cash.

    Para celebrar esse momento tão importante para a música portuguesa, o Cultuga listou 10 curiosidades que revelam mais sobre esse “homem na cidade”.

    1. Em 2014, ele editou o “Fado é Amor”. Esse disco contou com a participação dos principais nomes da atual geração do Fado, como Marco Rodrigues, Ana Moura e Carminho. Entretanto, mesmo antes desse álbum, ele fez parcerias com músicos de diversos estilos, como Bernardo Sassetti, Pedro Abrunhosa e Rui Veloso, comprovando que, para Carlos do Carmo, não há bloqueios ou barreiras entre gerações ou gêneros. Por isso, é também considerado pelo musicólogo Rui Vieira Nery “um símbolo de tradição e inovação no patrimônio do Fado”.

    2. Filho da célebre fadista Lucilia do Carmo, ele começou a cantar profissionalmente aos 23 anos. Apesar do pai, que era livreiro e proprietário da Casa de Faos O Faia, ter falecido antes de iniciar sua carreira no Fado, quando era criança e entoava algumas canções, ele, mesmo emocionado, dizia: “mais artistas na família, não!”. Em entrevista a Frederico Bernardino, Carlos do Carmo contou que foi a morte de seu pai que o levou para mais perto do Fado. Nessa época, ajudou a administrar O Faia e, posteriormente, a se apresentar por lá – onde cantou por 20 anos.

    3. Alfredo Marceneiro foi um de seus conselheiros e mestres.

    4. De acordo com o site Ensino Magazine, Carlos do Carmo é cidadão honorário do Rio de Janeiro, membro de honra do Claustro Ibero-Americano das Artes e recebeu um diploma do Senado de Rhode Island (Estados Unidos) pelo seu contributo para a divulgação da música portuguesa.

    5. Ao lado de Mariza, Carlos do Carmo foi embaixador do Fado na candidatura a Patrimônimo Imaterial da Humanidade pela UNESCO – que foi reconhecido em 2011. Entretanto, Carlos do Carmo ainda permanece ativo nessa divulgação e valorização mundial participando de debates e eventos.

    6. Carlos do Carmo doou todo o espólio de sua mãe para alavancar a abertura do Museu do Fado, no final dos anos 90, em Lisboa.

    7. Ele ousou cantar Antero de Quental e José Saramago, quando ninguém ainda havia feito.

    8. O seu disco mais emblemático, “Um Homem na Cidade”, desenha a Lisboa dos anos 70 de maneira brilhante, após o 25 de Abril, com a fundamental parceria do poeta e letrista José Carlos Ary dos Santos.

    9. A casa de seus pais no Bairro Alto, em Lisboa, era também um lugar de reuniões de intelectuais e de artistas.

    10. Carlos do Carmo já se apresentou nas maiores salas de espetáculos do mundo, como Olympia de Paris, Ópera de Frankfurt, Royal Albert Hall de Londres, Canecão do Rio de Janeiro, Savoy de Helsínquia e a Ópera de Wiesbaden.

    Quer saber mais sobre o Fado?

    Se você quiser conhecer mais sobre o Fado, deixo ainda a sugestão para que assista esse delicioso bate-papo que fizemos sobre o assunto.

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    Sou jornalista especializada em cultura e tenho 42 anos. Lisboa é o meu lugar no mundo. Os meus pais são portugueses imigrados no Brasil. Depois de fazer o caminho inverso deles, me tornado também imigrante, assumi como missão do Cultuga diminuir a distância que separa o Brasil de Portugal.

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