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    Os presépios em Portugal são bastante cultuados. De norte a sul do país, passando pelas ilhas, há tradições e rituais que tornam este símbolo do Natal expressivo e bem interessante para quem deseja conhecer mais sobre a cultura portuguesa.

    Neste artigo, escolhemos alguns dos presépios portugueses que mais nos chamam a atenção para dividir com você!

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    Presépios em Portugal: dos tradicionais ao recordista mundial!

    O maior presépio mecânico do mundo

    presepio portugal cavalinho
    Presépio Cavalinho: o maior presépio mecânico do mundo | Foto: Carlos Luis M C da Cruz – Wikipedia

    Você sabia que Portugal já teve o maior presépio em movimento do mundo? Reconhecido pelo Guinness – o livro dos recordes!

    Ele era chamado de “Presépio Cavalinho” por ter sido idealizado por uma empresa portuguesa e familiar chamada Cavalinho. Ela fabrica bolsas, acessórios e calçados de forma artesanal há mais de 40 anos.

    O presépio mecânico foi montado na vila de São Paio de Oleiros, no concelho de Santa Maria da Feira, e tinha mais de 10 mil peças acumuladas ao longo dos anos (sendo mais de uma centena delas mecânicas), desde 2004. O espaço ocupado era 4 mil metros quadrados.

    Infelizmente, este presépio ficou completamente destruído depois de um incêndio no verão de 2016.

    Presépio do Algarve

    Presépios de Portugal: Algarve
    Presépio Algarvio típico | Foto: Diocese do Algarve

    Por todo o país, o mais comum é vermos presépios de Natal que recriam o nascimento de Jesus. Porém, na região do Algarve, no sul de Portugal, há também um outro tipo de presépio típico.

    É um altar para o Menino Jesus.

    A imagem é colocada no topo de uma escadaria, geralmente com três degraus, montada com as gavetas de uma cômoda. Esse altar é forrado com um lençol ou panos de linho.

    Para enfeitar, são colocadas frutas típicas da região, sendo a laranja a mais tradicional, além de flores e searas (que são o início da germinação dos cereais, como o trigo, o milho ou o centeio) para que ele possa abençoar os produtos da terra do próximo ano. 

    A simbologia das searas

    Em 8 de dezembro, dia da Imaculada Conceição (padroeira de Portugal), são plantadas as sementes de cereais em pequenos vasos, potes ou pratinhos – chamadas de searas ou searinhas.

    Com a rega diária, elas crescem rapidamente.

    Em menos de 10 dias, a folhagem já está alta e então as searas são colocadas para enfeitar diversos presépios (não somente no Algarve).

    No início do ano, em áreas rurais, é comum também transplantá-las para a terra com o objetivo de ter boas colheitas.

    Veja aqui como as searas são feitas.

    Presépio de Escadinha da Madeira

    Presépio de Escadinha da Madeira
    Presépio de Escadinha | Foto: Museus da Madeira

    Parecido com o presépio do Algarve, em que o Menino Jesus é colocado em um altar cercado de produtos típicos da região e searas, o Presépio de Escadinha da Madeira também é estruturado desta forma.

    Entretanto, ele pode ser maior e leva mais decorações. 

    Nos degraus, por exemplo, podemos ver miniaturas de pastores feitas de barro e uma variedade maior de frutas e produtos típicos. A volta do menino, é comum vermos um arco de flores de papel como se fosse uma auréola. 

    a volta do presépio é colocado o chamado sobre-céu, ou seja, uma estrutura em arco coberta com folhagens típicas da Madeira.

    É comum ainda colocar na mão do Menino Jesus uma espiga de trigo. 

    Em algumas ilhas dos Açores também são feitos presépios nesse formato de altar, com produtos típicos de cada região e com adaptação dos costumes locais.

    Presépio de Lapinha de São Miguel, nos Açores

    Presépios de Portugal - Lapinha
    Presépios de Lapinha por Gabriela Faria (esquerda) e Filomena Rebelo (direita) | Fotos: Álvaro Saraiva – Centro Regional de Apoio ao Artesanato

    Na Ilha de São Miguel, nos Açores, há um presépio típico conectado diretamente com o autêntico artesanato da região.

    É como uma miniatura de um presépio, geralmente dentro de um vidro, uma caixa ou uma moldura, chamado de lapinha (para que pudessem permanecer expostos o ano todo dentro de casa)

    Originalmente o presépio de lapinha era montado pelas religiosas com os recursos que tinham a mão a partir da disponibilidade da ilha – como musgo, flores secas, escamas de peixe e conchas. Esses itens eram utilizados para decorar o cenário religioso do nascimento de Jesus e de temas do cotidiano. 

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    Presépio ao Vivo de Priscos

    Presepio Portugal Priscos
    Figurantes no Presépio ao Vivo de Priscos | Foto: Presépio Priscos

    Portugal também tem o maior presépio ao vivo da Europa – o Presépio de Priscos, no norte do país.

    São cerca de 800 participantes distribuídos em 90 cenários que ajudam a contar a história de Jesus em um espaço com 30 mil metros quadrados recriando ambientes e atividades da época. 

    O espaço funciona como uma feira temática em que os visitantes podem interagir com os espaços, assistir a espetáculos e experimentar comidas e bebidas que eram comuns na época e também os sabores tradicionais portugueses.

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    Presépio Gigante de Vila Real de Santo António

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    Presépio Gigante | Foto: Facebook do Município de Vila Real de Santo António

    Há 20 anos, em Vila Real de Santo António (Algarve), é montado o Presépio Gigante – um dos maiores de Portugal.

    Construído no Centro Cultural António Aleixo, este presépio reúne 5600 peças distribuídas sobre uma superfície de 230 metros quadrados. 

    Além do nascimento de Jesus, ainda são recriadas cenas típicas do Algarve, como as cabanas da praia de Monte Gordo e as salinas. 

    Para a estrutura principal, também é utilizado um dos materiais mais tradicionais da região, que é a cortiça. 

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    Sou jornalista especializada em cultura e tenho 41 anos. Lisboa é o meu lugar no mundo. Os meus pais são portugueses imigrados no Brasil. Depois de fazer o caminho inverso deles, me tornado também imigrante, assumi como missão do Cultuga diminuir a distância que separa o Brasil de Portugal.

    2 Comentários

      • Olá, Carlos
        Tudo bem?

        Acredito que seja na Capela de São Martinho, em Óbidos, feito pelo artista Américo Barros. Já tivemos a oportunidade de ver pessoalmente e é muito bonito.

        Um grande abraço!

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