Frases sobre viajar de Fernando Pessoa – inspire-se!

O poeta português Fernando Pessoa viveu plenamente Lisboa e pouco saiu da cidade ao longo de sua vida. Mas o tema viajar é algo presente em sua obra, trazendo outros sentidos além do deslocar-se. Entre poemas e textos, Fernando Pessoa escreveu frases e pensamentos interessantes sobre viajar.

Afinal, Fernando Pessoa viajou muito?

Fernando Pessoa nasceu na capital portuguesa, mudou-se com a mãe e o padrasto para a África do Sul aos 7 anos e retornou a Lisboa sozinho aos 17. 

Na adolescência, chegou a viajar por alguns lugares de Portugal com a família, sobretudo pelos Açores e pelo Algarve, onde estavam também algumas de suas raízes paternas e maternas.

Porém, a vida adulta de Fernando Pessoa foi plenamente vivida em Lisboa. Suas viagens eram os livros da Biblioteca Nacional ou de sua coleção particular, era o sentir, era a observação da rotina da cidade, era o perder-se em seu mundo de ideias sem pontos de partida e chegada.

A viagem, para ele, também significava os encontros e as difíceis despedidas dos amigos que viviam em Paris, como Mário de Sá-Carneiro. Era ir à plataforma da estação de trens do Rossio, no centro de Lisboa, para dar adeus às pessoas queridas sem saber se haveria um reencontro.

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Para este artigo, destacamos algumas frases de Fernando Pessoa que revelam sua percepção sobre a viagem. Trouxemos esse universo pelas palavras do heterônimo viajante Álvaro de Campos, do semi-heterônimo Bernardo Soares e em nome próprio.

Fernando Pessoa: frases sobre viajar

“Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir”
Álvaro de Campos [leia o poema]

“Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!”
Fernando Pessoa [leia o poema]

“Viajar? Para viajar basta existir.”
Bernardo Soares [leia o texto]

“Que é viajar, e para que serve viajar? Qualquer poente é o poente; não é mister ir vê-lo a Constantinopla. A sensação de libertação, que nasce das viagens? Posso tê-la saindo de Lisboa até Benfica, e tê-la mais intensamente do que quem vá de Lisboa à China, porque se a libertação não está em mim, não está, para mim, em parte alguma.”
Bernardo Soares [leia o texto]

“Viajei. Julgo inútil explicar-vos que não levei nem meses, nem dias, nem outra quantidade qualquer de qualquer medida de tempo a viajar. Viajei no tempo é certo, mas não do lado de cá do tempo, onde o contamos por horas, dias e meses; foi do outro lado do tempo que eu viajei, onde o tempo se não conta por medida. Decorre, mas sem que seja possível medi-lo.”
Bernardo Soares [leia o texto]

“Nossa própria viagem é viajante e estrada.”
Fernando Pessoa [leia o poema]

“Saí do comboio,
Disse adeus ao companheiro de viagem
Tínhamos estado dezoito horas juntos..
A conversa agradável
A fraternidade da viagem.
Tive pena de sair do comboio, de o deixar.
Amigo casual cujo nome nunca soube.
Meus olhos, senti-os, marejaram-se de lágrimas…
Toda despedida é uma morte…
Nós no comboio a que chamamos a vida
Somos todos casuais uns para os outros,
E temos todos pena quando por fim desembarcamos.”
Álvaro de Campos [leia o poema]

“Quero, para aproveitar a minha viagem, sentir o maior número de coisas no mais pequeno espaço de tempo possível. Sentir tudo de todas as maneiras, amar tudo de todas as formas, tocar e ver coisas e não lhes pegar, passar por elas e não olhar para trás — parece-me o único destino digno dum poeta.”
Álvaro de Campos [leia o texto]

“Partir! Partir é viver excessivamente. O que é tudo senão partir?”
Álvaro de Campos [leia o poema]