Se você, como a gente, adora descobrir os detalhes de uma cidade através da sua arte e da sua história, vai amar seguir este roteiro de 1 dia em Lisboa especial para fãs de azulejo. A capital portuguesa é cheia deles! Estão nas fachadas, dentro das igrejas, escondidos em pátios inesperados, nas estações de metro e até em obras contemporâneas!
Neste roteiro de 1 dia em Lisboa, a ideia é te mostrar o quanto a azulejaria portuguesa pode contar histórias – e como ela está presente em tantos contextos diferentes pela cidade. Mas já te aviso: tem bastante sobe e desce a pé (Lisboa, né?). Por isso, fique à vontade para dividir esse passeio ao longo da sua viagem ou adaptar como preferir.
Ah, e uma dica pessoal: deixe o Museu Nacional do Azulejo para o final da viagem. Assim, tudo o que você viu pelas ruas, igrejas e edifícios ganha ainda mais sentido quando estiver diante das peças históricas do acervo e conhecer suas explicações.
Roteiro de 1 dia em Lisboa para quem ama AZULEJO
- Miradouro de Santa Luzia
- Mosteiro de São Vicente de Fora
- Mural do artista Andre Saraiva
- Estação de Metro Restauradores
- Casa do Alentejo
- Tabacaria Monaco
- Mosteiro dos Jerónimos
- Pastéis de Belém
- EXTRA: Museu Nacional do Azulejo
Manhã em Lisboa com história, vista linda e muita azulejaria
1. Comece o dia bem cedinho no Miradouro de Santa Luzia

Acorde com calma, coloque um calçado confortável e siga bem cedinho para o Miradouro de Santa Luzia antes do movimento maior de turistas. Esse é um dos nossos lugares favoritos em Lisboa. Você vai logo perceber o porquê.
A vista para o rio Tejo, as buganvílias que enchem os olhos, e claro, os dois painéis de azulejos que contam parte da história da cidade…
Um deles mostra como era a Praça do Comércio antes do terremoto de 1755 – quando aquela área se chamava Terreiro do Paço. O outro, a tomada do Castelo de São Jorge pelos cristãos.
É impressionante como esses painéis, feitos por António Quaresma, atuam como verdadeiros registros históricos feitos em cerâmica. E você ainda vai ver mais azulejos de padrão e de figura avulsa por lá. Dedique tempo, presença e atenção a sua visita.
2. Siga até o Mosteiro de São Vicente de Fora




De lá, vá caminhando até o Mosteiro de São Vicente de Fora. Desfrute do percurso e prepare o coração, porque aqui você vai encontrar a maior coleção de azulejos barrocos de Portugal reunida em um único edifício. São cerca de 100 mil peças!
Confesso que, da primeira vez que entrei, fiquei um tempo só absorvendo… É como entrar em um livro ilustrado da história portuguesa. Cada corredor, cada escada, cada sala tem algo diferente que vai se revelando.
Endereço: Largo de São Vicente, Lisboa
Horário: 10h às 18h (última entrada às 17h)
Fechado: 1 de janeiro, Sexta-feira Santa, Páscoa, 1 de maio, 24/25/31 de dezembro
A entrada na Igreja é gratuita, mas a visita ao Mosteiro é paga (valores no site oficial do Mosteiro de São Vicente)
3. Caminhe até o mural do André Saraiva
Desça agora até os arredores do Campo de Santa Clara, onde fica a famosa Feira da Ladra (às terças e sábados). Ao lado dela está o Jardim Botto Machado. Ali, em uma longa parede virada para o rio Tejo, está um dos murais mais incríveis da Lisboa contemporânea, de street art.
O artista André Saraiva, conhecido pelo personagem Mr. A, criou uma obra com mais de 50 mil azulejos pintados à mão. São lugares, símbolos e referências pessoais – uma homenagem moderna e urbana à tradição dos azulejos portugueses.
A gente adora essa mistura do antigo com o novo, né?
Do azulejo moderno ao escondido no coração da cidade
4. Pegue o metro na estação Santa Apolónia e desça na estação Restauradores
Hora de perceber como o azulejo continua tão vivo em Lisboa. Pegue o metro na estação Santa Apolónia (linha azul) e siga até a Restauradores.
Em uma das saídas da estação Restauradores você vai encontrar um painel enorme criado por um artista brasileiro, Luiz Ventura, chamado “A Chegança”. Ele foi um presente de São Paulo para Lisboa, como parte de uma troca artística entre os dois metros.
Esse painel é todo feito em azulejo e retrata o encontro entre as culturas brasileira e portuguesa. Muita gente passa por ele sem nem perceber.
5. Caminhe até a Casa do Alentejo
Agora vá caminhando até a Casa do Alentejo, a poucos minutos dali. Você provavelmente vai passar pela movimentada Rua das Portas de Santo Antão e nem imaginar o que está escondido por trás daquela entrada discreta. Mas entre – você vai se surpreender.
Ao subir a escada, você dá de cara com um pátio neoárabe cheio de detalhes. Mas, continue subindo… É ao longo da escadaria e lá no andar de cima que estão alguns dos azulejos mais bonitos e inesperados da cidade.
Há painéis de Jorge Colaço (o mesmo artista da estação de São Bento no Porto!) e também azulejos do século XVII que sobreviveram ao tempo. É como encontrar um tesouro no meio da cidade.
✨ Dica pessoal: se você quiser fazer uma pausa, aproveite para almoçar no restaurante da Casa do Alentejo. É comida alentejana tradicional, bem servida – e tudo isso cercado de azulejos históricos maravilhosos.
Endereço: Rua Portas de Santo Antão, 58 – Lisboa
Estação de metro próxima: Restauradores (linha azul)
Horário: geralmente o pátio e as salas principais podem ser visitados durante o horário de funcionamento do restaurante (consulte horários no site oficial da Casa do Alentejo)
️ Entrada: Gratuita para visita aos espaços comuns
6. Dê um pulinho até a Tabacaria Mónaco, no Rossio

Antes de seguir para Belém, dê uma olhadinha na Tabacaria Mónaco, no Rossio. Muita gente passa batido por ela, mas se você gosta de azulejo e de Bordallo Pinheiro (aquele artista das andorinhas de cerâmica e das caricaturas afiadas), esse lugar é uma pequena pérola.
Na fachada, repare nos painéis de azulejo com animais fumando e conversando – sim, rãs e cegonhas em cenas meio absurdas. É bem a cara do Bordallo: irreverente e cheio de crítica social disfarçada de humor.
Belém: tradição, descobertas e um doce encerramento
7. Mosteiro dos Jerónimos

Hora de embarcar no elétrico 15E, que parte da Praça do Comércio e segue até Belém. Desça no Mosteiro dos Jerónimos.
Logo ao chegar, o Mosteiro dos Jerónimos já te dá as boas-vindas com sua fachada imponente. Mas atenção aos detalhes: lá dentro, além da grandiosidade da arquitetura manuelina, estão alguns painéis de azulejos ornamentais belíssimos. Eles são um exemplo refinado do uso decorativo do azulejo nas grandes obras religiosas portuguesas.
8. Azulejos dos Pastéis de Belém


Agora sim… Para fechar com chave de ouro, um momento doce e com mais azulejo! A Fábrica dos Pastéis de Belém, fundada em 1837, é famosa não só pelo pastel (que é realmente maravilhoso), mas também pela decoração.
No interior, observe o painel em azul e branco com a Torre de Belém, além das chamadas Figuras de Convite (que parecem estar lá para recepcionar você) e as Figuras Avulsas (que são desenhos individuais em cada azulejo). São detalhes curiosos da cultura do azulejo – e você pode vê-las ali, entre uma mordida e outra.
Final opcional: Museu Nacional do Azulejo (para o dia seguinte)
Se você quiser reservar outro momento da sua viagem para aprofundar tudo o que viu ao longo desse dia, recomendo vivamente uma visita ao Museu Nacional do Azulejo.
Lá, o azulejo é o protagonista absoluto, claro. Desde os primeiros exemplares mouros e hispano-árabes até os painéis contemporâneos, passando pelos séculos de ouro da arte portuguesa. Você vai saber de tudo.
O ponto alto é o painel panorâmico de Lisboa antes do terremoto de 1755, que ocupa uma parede inteira e ajuda a entender o quanto a cidade já mudou – e como os azulejos testemunharam tudo isso.
✨ Dica pessoal: vá ao museu já com esse repertório visual que você ganhou andando pela cidade. Isso muda completamente a experiência e te ajuda a perceber as técnicas, estilos e narrativas que agora já são familiares. Ah, e não deixe de visitar a Igreja Madre de Deus, que fica dentro do museu. É um dos interiores mais impressionantes de Lisboa!
Endereço: Rua Madre de Deus, 4, Lisboa
Como chegar: a melhor opção é ir de ônibus (autocarro) com as linhas 718, 742, 794, 728 e 759
Horário: terça a domingo, das 10h às 18h
A visita ao Museu Nacional do Azulejo é paga (valores no site oficial do Museu)